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“Ovelhas de Jacó” são vistas em Israel após mais de 2 mil anos



Foram quase três anos de negociações entre os governos de Israel e do Canadá, mas agora as “ovelhas de Jacó” estão de volta a Israel. Acreditava-se que essa raça de ovinos estava extinta, mas graças a fazendeiros judeus do Canadá, voltaram às terras onde rebanhos delas eram comuns até cerca de dois mil anos atrás.
Três aviões fretados transportaram as ovelhas até Israel. Gil e Jenna Lewinsky foram os criadores responsáveis pela operação complexa que as tirou da fazenda canadense onde eram criadas. “A primeira ovelha chegou no dia em que Noé saiu da arca, 28 de Cheshvan, segundo o calendário judaico”, explica Jenna. O calendário ocidental marcava 30 de novembro.
“Foi lindo vê-las caminhar sobre o solo de Israel”, comemorou a fazendeira, que imigrou definitivamente para o Estado judeu três semanas antes do primeiro voo trazer os animais.
As marcas genéticas das ovelhas indicam que elas são naturais do Oriente Médio. Originalmente viviam no território do norte, onde é a Síria moderna, moradia de Labão, ensina a Bíblia. Ao longo dos séculos foram se espalhando e chegaram até o Norte da África.
Consideradas animais diferenciados, alguns exemplares foram levados para zoológicos na América do Norte. Diferentemente de outros ovinos, que apresentam 2 chifres, essas possuem 4 e às vezes até 6.
A raça é conhecida como “ovelhas de Jacó” por causa dos relatos de Gênesis capítulo 30, onde se narra como elas foram multiplicadas por Deus para que Jacó pudesse pagar suas dívidas com o sogro Labão. Elas são as “salpicadas e malhadas”, descritas nas Escrituras.
Os Lewinsky explicam que essas ovelhas não eram vistas em Israel há milhares de anos. Contudo, trazê-las de volta não foi um processo fácil. Foram necessárias muitas conversas do Ministério da Agricultura de Israel com o Ministério do Desenvolvimento Rural e Agência de Inspeção de Alimentos do Canadá.

Fazenda especial

O porta-voz do Ministério da Agricultura israelense veio à público explicar que o Canadá não está na lista dos países que tem permissão de exportar animais vivos para Israel. Para que esse rebanho viesse, foi necessário negociar “condições especiais, apenas para fins de turismo”. Os custos de transporte ficaram na casa dos 100 mil dólares e o governo israelense pagou a maior parte.
Gil e Jenna pretendem abrir uma fazenda que permitirá a visitação dos animais, embora ainda não tenham conseguido permissão para comprarem terras nas Colinas de Golã, na região fronteiriça com a Síria.
Por enquanto, as ovelhas estão passando por uma “quarentena especial” no sul de Israel, onde aguardam a chegada das últimas ovelhas, são 119 ao todo. Somente no início de 2017 devem estar todas liberadas. Enquanto isso, os Lewinsky procuram um lar permanente para as ovelhas.
A ‘saga’ dessas ovelhas têm recebido atenção mundial, incluindo ampla cobertura da mídia judaica como o Times of Israel e chamando atenção de jornais americanos e europeus. Para muitos esse pode ser um sinal profético, de restauração e prosperidade para os judeus, como foi nos dias de Jacó.

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